Tive a sorte de nascer no MT, onde as frutas são fartas, e em uma família de mulheres com muitas habilidades na cozinha. Cresci vendo todas fazer delícias com ingredientes simples. O mamão verde, a abóbora, o leite que azedou, aquela banana que ninguém mais queria comer, iam pra panela com açúcar, cravo, canela e viravam doces.
Herdei receitas, em cadernos ou na memória. Entre elas, a rosca com erva-doce da Vó Sebastiana, o doce de figo da tia Lu, os sequilhos de polvilho e o manjar da minha mãe. Sem falar do açúcar mascavo que meu Vô João fazia.
Estudei e acrescentei ingredientes, técnicas e novidades ao meu modo de adoçar os dias da família e dos amigos. E, de repente, surge uma encomenda aqui, outra ali e a confeitaria virou profissão.
Precisava me aperfeiçoar. Bati na porta da Elis Cavalcante, um amiga querida que admiro e respeito a opinião, com seu jeito objetivo e “direto ao ponto” de ser, indicou cursos e principalmente, me orientou, me empurrando ladeira abaixo na aventura de ser empreendedora.
Dos meus tachos, formas e panelas saem aromas e sabores inusitados, feitos de ingredientes da nossa terra tratados com a alquimia da patisserie clássica francesa, essencialmente artesanal.
A Ana Docéu Confeitaria nasceu de histórias, heranças, cadernos, livros e mestres que alimentaram uma alma que tem prazer e orgulho em tornar momentos especiais em doces lembranças.